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Yoga e mamilos

(Andrea Hughes, de Crônicas de uma Yoguini)

Ilustração: iStock





















O traje para a prática de yoga é algo bastante relativo porque depende do estilo da pessoa, mas em geral se diz para se usar uma roupa confortável. Eu, como professora de yoga mulher, sempre tive uma preocupação grande com o meu conforto e em como vou ser vista por meus alunos.


Durante a pandemia, Chloe, uma amiga querida de 20 e poucos anos e uma das poucas alunas particulares com quem tive contato presencial neste período, soltou um comentário no meio das nossas longas conversas existenciais pós prática de yoga na casa dela: parei de usar sutiã! Esse comentário ecoou na minha cabeça e como estávamos em isolamento nesse período, experimentei no meu dia-a-dia e amei. Na prática de yoga online, esse pequeno detalhe não era notado pelo zoom e o conforto era espetacular.


A partir do momento que voltamos ao presencial, o sutiã voltou, porque afinal mamilos são polêmicos e a possibilidade deles aparecerem durante a prática, nesse mundo machista, ainda não me parece adequada - infelizmente. Desde então, procuro vestir roupas que me permitam não usar sutiã, sem que pareça que estou querendo seduzir alguém, mas admito que para praticar yoga ainda é bem difícil, por conta dos movimentos e ângulos feitos com o corpo.


A espetacular vista do Lago durante a prática na Oca do Lago. Foto: Manoela Olesko


Em abril deste ano, comecei a dar aula de yoga na Oca do Lago, um lugar belíssimo de frente para o lago. A turma da noite tem uma iluminação super intimista e indireta. Certo dia, fazia um friozinho, coloquei uma dessas poucas roupas que me permitem me mover sem que meus mamilos apareçam, um casaco grosso por cima e me dei conta, dirigindo em direção à Oca, que aquela seria a minha primeira prática de yoga presencial sem sutiã. Que gostoso poder praticar yoga com meus seios livres e soltos! Pena essa não ser a regra.

Espero que esta crônica seja para você como o comentário da Chloe foi para mim, e te permita essa liberdade. E se você é homem, que sorte a sua!


Serenidade de praticar Yoga de frente para o Lago Paranoá. Foto: Manoela Olesko

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